Umfunktionierung: do alemão, “inverter o funcionamento”, “conferir uma nova função” ou simplesmente “refuncionalizar”.
por Timothy Rollins
Gostaria de ser muito franco. Fiquei muito magoado com a reunião da semana passada; a depressão decorrente foi exacerbada pelo que eu interpreto serem os sentimentos de outros membros de que eu pessoalmente fui responsável pelos problemas no grupo, que eu deveria falar com as pessoas, que eu deveria fazer algo quanto às relações tensas que afligiram este grupo com um caso grave de hipertensão. Isto é o que eu tenho a dizer, e eu acho que não é mais que justo e apropriado dirigir minha declaração ao Grupo como um todo.
por Cláudio Tavares
Sua construção consumiu 89 vidas humanas, cerca de vinte anos e, terminada em agosto de 1919, 25 milhões de dólares. Estrutura de aço rebitado, possui 987 m de comprimento, 29 m de largura e 104 m de altura. No seu tempo foi a maior ponte cantiléver (sustentada por uma viga em balanço) do mundo, e possui, até hoje, o maior vão, 576 m, entre um pilar e outro.
por Alberto Simon
Uma visita a Bienal durante a semana – e isso tem sempre sido assim – confirma o “momento de desconcerto dos sentidos e, ao mesmo tempo, de geração de conhecimento que não se encontra em mais parte alguma”.
por Gustavo Motta
HÉLIO OITICICA – museu é o mundo. De maneira autorreferente, a instituição bancário-cultural reporta-se ao museu (que é de sua propriedade)… mas também ao mundo (que, por analogia, também lhe pertenceria). Seria necessário, então, inquirir – já fora do ponto de vista bancário: de que museu se trata? Ou, antes: que mundo? Enunciado em capitais: HÉLIO OITICICA. O nome do artista atua como legenda.
por James Elkins
Este texto propõe cincos razões que explicam porque o mundo da arte é uma bagunça desesperadora. Elas são seguidas de cinco respostas. O texto é uma charada. Não leia a conclusão antes de ter lido todo o resto.
por Fritz Behrendt
por Mauricio De Bonis
Levando em conta o grau de generalização que é necessário tomar para que uma abordagem como essa faça sentido, já não é incomum (embora não seja consensual) a apreciação mais clara de algumas características distintivas essenciais da linguagem musical. Entre elas, e de especial interesse nesse caso, a indefinição na operação semântica (seja em associações convencionadas ou em imitações de sons pré-existentes), cuja ênfase na composição musical é substituída pela construção “sintática”, pela operação estrutural pura e simples, deixando em aberto a operação com o significado – que pode vir a ser privilegiada na associação do discurso musical com qualquer outro campo lingüístico mais diretamente carregado de implicações semânticas (não apenas a linguagem verbal).
Quando Ronald Reagan era presidente dos E.U.A., ainda no meio daqueles que viriam a ser os últimos anos da Guerra Fria, adorava romper com o protocolo e a formalidade de seus discursos contando uma ou outra “piada soviética”. Calcadas geralmente nas agruras econômicas e políticas do dia a dia na União Soviética, essas piadas explicitariam, segundo as palavras do próprio presidente, a atitude bem humorada e cínica dos soviéticos em relação ao governo de seu país.
por Marilia Furman
Este ensaio não é apenas uma reflexão acerca das contradições de alguma dimensão contestatória, crítica ou subversiva na arte, mas ele é também, em si, permeado de contradições.
Pode-se dizer que parto do problema, insolúvel, das relações entre arte e vida e do desengano das possibilidades emancipatórias da esfera simbólica, o que, a princípio, foi fator de negação e renúncia do fazer artístico. Mas foi justamente o fato de duvidar da arte como exercício da liberdade que, em um segundo momento gerou uma reflexão orientada para uma determinada crítica que, contraditoriamente, se concretizou como arte e, assim, gerou as perguntas deste texto.
por Cayo Honorato e Viviane Pinto
Em meados de 2011, o Ministério da Cultura elaborou o plano de uma nova secretaria, atualmente em fase de operação. Porém, mais do que uma mudança na organização do Ministério (cuja dotação orçamentária jamais excedeu os 0,7% da arrecadação federal), a Secretaria da Economia Criativa ambiciona atuar como um plano de governo interministerial, articulado a inúmeros parceiros institucionais, agências de fomento e desenvolvimento, organismos bilaterais e multilaterais. Tal esforço parece revogar, como seria desejável, a percepção da cultura enquanto “ilha autônoma”, conferindo-lhe uma importância decisiva “dentro de um determinado marco social”. Entretanto, o que poderia ser tomado como a reviravolta daquilo que, na sociedade capitalista, sempre fora relegado à esfera do “socialmente inútil” (mas que, exatamente por isso, faz por vezes surgirem verdades críticas normalmente recalcadas), somente se torna possível a partir de um “deslizamento semântico” (Lopes & Santos), que leva a cultura a ser “redefinida” ou “transfigurada” pela noção de criatividade, em um sentido específico.
Revistas de crítica de arte tendem a ser um grandiosíssimo pé no saco. O maior problema de todos é que é muito difícil conseguir textos, artigos, entrevistas e congêneres que consigam fugir do lambe-saquismo-enxuga-gelo-tira-pó do meio das artes. Pensando nisso, resolvemos elencar aqui uma série aleatória de temas para inspirar e suplicar aos nossos leitores que contribuam para o desentediamento destas incautas páginas.